Sobre São Paulo ou o meu pequeno primeiro mochilão


Vamos começar com o seguinte, primeiro, não era para eu ter ido à São Paulo nesses dias. As passagens que eu havia comprado era para Londrina, meio de férias, ir ficar com minha Avó, ia até ficar um dia a menos, iria quinta-feira para voltar segunda. Imprevistos acontecem, minha vó começou uma reforma em seu prédio e veio passar o mês de Agosto aqui no litoral paranaense. Então procurei informações sobre cancelamento ou troca de data, as reservas foram feitas pela Decolar.com(Nota pessoa, decolar, nunca mais, empresa ruim, mesmo) e somando todas as multas o mais barato era trocar o Itinerário, e depois de muita conversa com meus pais troquei a viagem, e estava marcado, iria para São Paulo. Entenda que eu tinha tranquilidade quando sabia que haveriam 3 casas para me hospedar, e no final, acabou que fui ficar com minha Tia-Avó. Não tivemos muitos momentos juntos pela minha vida, fui visita-la 2, 3 vezes em Sampa e eventualmente via ela em Londrina, mas cortando isso fui para lá, contarei minhas impressões sobre São Paulo.
São Paulo é uma cidade gigante, na verdade, são várias cidades gigantes, basicamente ela está conurbada com quase toda sua região metropolitana, "é cidade que não acaba mais". A primeira coisa que notei em São Paulo é como as pessoas conseguem ser mais educadas, não, digo, não mais educadas, mas diferentes de muitos em Curitiba, o Paulistano fala para fora, você entende o que ele diz e ele não tem medo de perguntar por informações, e não importa se você nunca viu a pessoa na vida, ela pode te pedir o seu celular emprestado, e realmente só quer fazer uma ligação. Outra coisa que notei lá era o barulho, é diferente, mesmo conhecendo que Curitiba é barulhenta, São Paulo parece mais, dá uma impressão que é um barulho mais intenso, mais acumulado. O sistema de metrô é muito bom, quando não é hora de pico, nem me atrevi a tentar pegar ele nessas horas, tentava voltar antes das 17:00 para casa.
Existe muita cultura nessa cidade, museus, parques, bairros tradicionais, em cada lugar há um museu, um parque, uma história. Entretanto é uma cidade um pouco suja em vários aspectos, na questão de lixo parecia melhor do que da ultima vez que fui para lá, mas digo que é mal cuidada em certos pontos, quando fui nas 2 vezes ao centro me senti mal em andar por lá, muito barulho, o centro parecia um espaço deixado de lado por muito tempo, fui a 2 museus na quinta-feira, exposições muito legais, como sempre com excursões escolares, fui besta, esqueci minha carteira de estudante e tive que pagar inteira nos 2. Mas depois voltei para casa, Se São Paulo peca na questão urbana do centro, mas acerta em suas atrações culturais.
Uma coisa que me impressionais lá é a quantidade de vendedores de rua, vendem de tudo, em qualquer lugar, é sujo e nojento, mas tem gente que compra.
A parte triste é ver quantos moradores de rua existem, da dó, ver eles lá, parecem esquecidos, invisíveis mesmo, oprimidos e frustrados, pois muitos estão lá por uma promessa de vida melhor na cidade grande, e por todo lado que vá, há um, não importa em que região da cidade está.
Sobre a Liberdade não tenho muito que dizer, esse bairro tem uma "História a parte" comigo.
É, não tenho muitas história incríveis para dizer, pois também meu fim de semana foi bem família, decisão minha, apesar de sábado ter sido frustante, domingo foi legal.
Finalizando, foi uma excelente viagem, me senti por muitas vezes livre e por muitas vezes satisfeito em perceber que o que amo é isso, conhecer novos lugares, é tão bom, e ainda ter liberdade, sem que ninguém te regule ou te mande, fazer teu próprio trajeto a teu próprio gosto, volto de São Paulo com gostinho de quero mais, mais viagens, mais pessoas, mais lugares.
E também quero agradecer a minha Tia, e minha família paulista pela hospitalidade, foi muito bom o tempo passado com vocês.

Arruma tuas malas e vá embora

-Como assim?
-Pega essa trocha, umas cuecas e vai, sai, descobre esse mundo
-Tenho medo
-Te juro, o mundo te teme muito mais
-Tá, mas nem sei para onde ir
-Apenas vá, toma um norte e segue
-E se eu me perder?
-Alguém te acha, perdido tu já está aqui dentro
-E o que vou fazer?
-Sei lá, vá descobrir, aqui já conhece de quase tudo, aqui tua vida passa e nem ve, sua vida virou rotina aqui
-Então eu vou
-Ótimo, pegue essa trocha de roupas, segue a direção do primeiro sopro de ar que te pegar, vai lá e descubra, vá ver o que toda essa terra tem para te mostrar.
-Algum aviso?
-Se olhar para casa terá saudades, e vai querer voltar, se por acaso olhar para traz resista a tentação, não há corrente ou corda que te segure aqui
-Você já fez isso?
-Sim, vá, fique tranquilo
-Mas quero você comigo, não quero ir sozinho
-Um dia não estarei aqui, talvez estarei lá no céu, e mesmo se eu fosse com você a sua vida inteira esse momento, de partida minha, chegaria.
-Entendo
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Adormeci e acordei no dia seguinte, eis que olho para os lados e vejo que não há nada de conhecido, era algo novo. Vi que aquela não era mais minha casa, minha cidade, aqueles que estavam a minha volta não me eram amigos, conhecidos ou parentes, eram pessoas sem identidade. Então me vi que eu era mais um entre eles, mas ao mesmo tempo, eles para eles mesmos eram conhecidos, deveriam ter muitos ali.
Quando dei por mim meus pés já não tocavam mais o chão, sobre minha cabeça as nuvens passavam, rapidamente, aquele momento não tinha mais volta, estava em uma estrada de uma unica direção, em que só céu me guiaria. Pensei e me acalmei, me animei, quantas coisas novas descobriria nesse novo lugar, que estradas poderiam aparecer, eu não sei, e nem quero, que sempre me traga uma novidade, me programar me deixava tão preso, e agora estou aqui, ali na frente, querendo chegar a encontrar, o exato lugar de onde os céus e o mar se encontram, logo ali, no longe do horizonte.

Me desculpe, mas é que você.

Está diferente, é, eu também, acontece, sabe é a vida, espero que entenda. Sei que ao meu ombro já chorou, o meu rosto já beijou, mas entenda, isso foi a muito tempo. Eu sei, te chamei de única várias vezes, eu sei que deixei parecer o que não era verdade. Mas entenda, quanto tempo já passou, o tempo passa, e aquilo que tu não cativas cai e é trocado, e foi assim, não que não te veja mais  como amiga e companheira, mas não cabe mais para ser minha amante. Sei que não queria isso, de ser pessoa amada, mas entendia que era amizade e o que era. 
Mas agora quero que entenda, depois de você, vieram várias, dos mais variados tipos, quero que entenda que aprendi o que é o amor, soube diferenciar da paixão, entendi que amigos podem se amar, quero que te entenda que não estou a te colocar tudo isso na tua cara, mas sim dizendo o quanto mudamos. Não sei de você, e isso já é um começo, mas eu conheci várias, e pessoas que me fascinaram e me apaixonaram, pessoas que sabiam sorrir, ser felizes, que viam que apesar dos problemas a sua volta, ainda existia esperança, pessoas que sabiam a hora de alegrar-se e de ficarem com raiva, pessoas que sabem sorrir e alegrar tudo a volta, pessoas que sabem amar, não estou dizendo que eu melhorei e você ficou estagnada, só quero que veja, que na verdade, estou diferente, talvez não de um modo geral, mas de um modo que torna uma diferença tão grande que nos tornaria impossível qualquer relação.
E talvez eu entenda, que então essa diferença torna a nossa própria amizade impossível de acontecer. Sim, mas desculpe, é que com você não tinha mais alegria em sair, você não me cativava mais, talvez por que eu mudei e você também, o interesse cativante teu e meu tenha mudado.
Me desculpe, mas é que você e eu, não da nada mais.

A queda

Eu senti em meu rosto e minha visão apagava, o vento trazia meu cabelo para o rosto, eu sentia dor, mas aos poucos ela era anestesiada, eu levantei meus braços e tentei alcançar, era engraçado, eu via, claramente em minha frente, mas quando ia tocar, desaparecia. Uma ilusão, eu pensava. Foi então que notei, eu errei, estava no alto do precipício, confiei em minha visão mas fui iludido. Eu troquei o altar, dei as costas, e quando dei por mim, me empurraram.
Foi assim, então percebi de fato, fechei os olhos devagar e deixei-me cair, achei que era o fim, senti que estava prestes a morrer, perguntei mesmo sem voz se não tinha perdão, e cai mais, ouvia as ondas batendo nas pedras, respirei fundo pois sabia que estava tudo prestes a acabar.
Quando então senti, senti que a rocha não me tocou, senti que parei de cair, se antes sentia frio, agora não tinha mais, notei que estava em braços que me davam segurança.
Então ouvi que fui salvo pelo seu perdão, que estava ali, por que Ele se importa muito mais em como estamos com eles, que qualquer outra necessidade meramente humana.
Entreguei de novo, descansei.
Pois agora com Deus estou, e ele é meu Pai que me guia e segura

Narrator

Isso é para ser um trecho de uma provável peça que eu quero escrever...
-Agora sei, aqui não é sua casa, aqui é a casa de seu pai, você a roubou
-Se era de meu pai é minha também
-O que pertence a um homem não pode pertencer a outro
-Essa casa é a casa onde meu pai morou, mas nunca foi dele
-De quem era então?
-De ninguém
-Ninguém a construiu? Ora no minimo quem tivera construído ela é o dono dela, o homem que tem direitos sobre ela!
-Você fala coisas de mais, e muito tolas aliás.
-Mas o que você faz aqui a final, como um homem pobre, sozinho, quase morto mora nessa mansão, para que todos esses quartos se você dorme nessa sala, nesse colchão velho?
-É assim que fico confortável
-Ridículo, essa casa é minha, eu a comprei, vou ligar para a policia
-Pois ligue, ninguém vai acreditar
-Vá embora
-Por que me expulsas se eu não te expulsei?
-Essa casa é minha, MINHA, eu a comprei e nada irá me tirar dela!
-Se você diz
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Narrator: Pobre, pobres pobres pobres, arvores não tem alma, nem seu dinheiro, tá ai por que se fala em vender a alma por dinheiro, é o que ele quer, HÁ, olha só você, a SUA casa acabou de cair sobre você e seu dinheiro, ele queria te matar, diz agora, o que mais te importa, ela não era tua, nem você mesmo é de você, mas viu, toma cuidado da próxima, há, me faz rir tanto homem.

Como vai ser meu enterro

Cedo sei que tá, mas deixo ao mundo como eu o idealizo.
Primeiro, a morte vai ocorrer em um dia gélido, frio e chuvoso de Curitiba, no inverno, no meio de julho, não quero que minha morte ocorra em um belo dia de Sol, não seria feliz indo para a eternidade sabendo que estraguei um belo dia. Não terá música, muito menos palavra do pastor, em tempo de luto o silencio é o melhor conforto, de preferencia, que não seja na capela, já coloque rapidamente no buraco. O tumulo não sera de granito, mármore ou de qualquer outra coisa, também não haverá nenhum adorno, na verdade, será apenas um buraco no chão, que logo será preenchido com terra, a única coisa que talvez exista é uma placa para reconhecer o defunto.
Que seja assim, rápido, em um dia triste.

Por que eu te odeio

Hoje quero dizer o motivo que te odeio, é ódio mesmo, muito pior que uma inveja, é algo que sinto, algo que existe. Tenho ódio, tenho raiva, me embrulha o estomago pensar em você, por sinal quero te listar por que eu te odeio.
Primeiro por que você tem os olhos tão lindos que me enraivece olha-los quando brigamos, repúdio todo essa tua compaixão, odeio e quero esquecer todos abraços dados, vou ser um velho ranzinza. Não entendo por que tantas vezes me perdoou, ou por que tantas vezes me escutou, me enojo de você. Por que quando você está me falta ar
te odeio, te odeio
Por que teve que me dar essa experiencia de um amor maior e inabalável?
Talvez a única coisa que eu odeie mais do que você, é o ódio pelo meu amor por você